domingo, 30 de junho de 2013

Taça da Europa de Provas Combinadas (dia 1)

Pois é meus amigos, eu prometi trazer-vos as histórias da cobertura jornalística da Taça da Europa de Provas Combinadas, cuja 2ª Liga se realiza na Madeira. Porém, como já ocorreu noutros eventos, a ligação à internet tem atrapalhado o trabalho (hoje felizmente resolvido) e para variar a própria plataforma web do site Atleta-Digital tem tido pequenos problemas, confirmando a lei de Murphy...

Eu prometo depois trazer os diários à era online, como é hábito nos eventos em que estamos presentes. Até lá, divirtam-se com dois vídeos que produzimos durante o dia de ontem com os atletas portugueses. Perceber-se-à que vistos no final estes vídeos ajudarão à vossa interpretação do evento de cada um, numa iniciativa inédita e que, confesso, há muito procurava conseguir fazer. 

Não posso deixar de agradecer a disponibilidade de atletas e treinadores e de toda a equipa organizativa do evento, que tem sido incansável na resolução dos problemas. Já agora aproveito para informar que é muito provável que Portugal suba à I Liga, até porque os romenos hoje andam a vacilar aqui na pista que se encontra à minha frente....e que pista esta. Única no Mundo mesmo...poderei falar nisto daqui a uns dias....


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Porque as Provas Combinadas merecem destaque

Estou a um dia de me deslocar à Madeira, onde irei cobrir a Taça da Europa de Provas Combinadas, prova que se disputa na belíssima pista da Ribeira Brava. Se não tiverem paciência para acompanhar as coisas no Atleta-Digital, vejam no fim de cada dia o resumo do dia, porque vos vou aqui fazer a papinha toda. É a minha primeira presença nesta prova, porque as Provas Combinadas também merecem o destaque...

Entretanto hoje o Paulo Constantino teve a amabilidade de partilhar uma fotografia tirada já na Madeira, onde a equipa portuguesa já está. Partilho aqui convosco a dita cuja...


terça-feira, 25 de junho de 2013

A entrevista que vem aí...

Porque a Taça da Europa de Provas Combinadas vem aí (com uma das etapas realizadas na Madeira), porque há novidades nas Provas Combinadas em Portugal, porque a entrevista foi realmente interessante (vai ser publicada hoje no Atleta-Digital), deixo-vos um excerto do que foi a entrevista no seguinte vídeo...

Entrevista a José Dias - Técnico Nacional de Provas Combinadas

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Supostamente vamos subir à Superliga...

Lembram-se de num post anterior falar da previsão dos resultados para o Europeu de Nações deste ano? Pois bem, já podem dar uma espreitada ao que prevejo que vá ser a competição, que milagrosamente vai dar nas duas tardes (sábado e domingo) na RTP2. Isto é serviço público...e o atletismo agradece!

Toca a ver a previsão que me ocupou a mente nos últimos dias. Será que desta chego a um resultado mais preciso?

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Quem é a Ana Pereira?



Confesso que por momentos (e ainda agora o sinto) me lembrei dos tempos de correspondência por carta, mas em modo moderno: por e-mail. Como devem compreender as entrevistas fazem-se muitas vezes por correio eletrónico e se foi assim que fiz com o João Lima, pois também foi assim que fiz com a Ana – a partir daqui esqueço o apelido dela pela alguma convivência que fui mantendo com a Ana ao longo dos anos...



Conheço textos da Ana desde a década passada, depois de a conhecer pelo fórum do Atletas.net, o tal fórum que moveu tantos ódios e tantas dinâmicas. E nesse fórum existia um tópico só destinado aos textos da Ana e onde de repente se criou uma espécie de legião de fãs. Os textos da Ana eram também muito bem condimentados (continuam a sê-lo, mas com condimentos mais saudáveis para ela própria...) e no meio de tantos comentários uns quantos fomos almoçar ali para os lados de Odivelas. A maioria das pessoas com quem almocei não tenho ideia do que estejam a fazer nesta altura, mas com a Ana as coisas foram-se mantendo, fosse online ou presencialmente e ainda hoje a encontro em algumas das provas onde corre. Descobri a meio deste caminho que a Ana viveu alguns anos a menos de meio quilómetro do meu atual lar e a escassos metros da escola primária que me viu nascer também para o Mundo da escrita...



Não podia deixar de fazer o convite à Ana para me deixar algumas palavras, mas ela, tão teimosa quanto o João Lima, decidiu responder-me de forma extensiva, de uma forma que volto a não ter coragem de fazer cortes no texto...Que hei-de fazer a estes meus entrevistados...



Para o meu amigo Edgar Barreira: "Eu e a Corrida"


EB: Sempre tiveste queda para a escrita e foste ativa com textos na internet. Em relação à década passada, dá-te mais ou menos prazer em escrever?

AP: Se tenho queda para a escrita ou não, não sei, mas confirmo que sempre gostei de escrever. Desde miúda. Faz parte de mim. Sentir. Imaginar. Descrever. Exteriorizar pela escrita. Alegria, tristeza, momentos vividos e experiências. Sempre me deu muito prazer passar tudo para palavras e com as palavras fazer frases e transmitir mensagens.

"Descobri" a internet pelo ano de 2000, e como dizes, depressa me tornei activa nesse meio cheio de possibilidades. Se escrever sempre esteve ao meu alcance, já a partilha fácil e rápida que a internet permite, foi para mim deslumbrante e também factor motivador, não só pela partilha como a interacção possível com os "leitores".



Desde essa altura, considero que evoluí não só como pessoa mas também na forma como escrevo, mas o prazer em escrever é o mesmo. Está em mim. Por outro lado, ao partilhar o que escrevo condena-me a uma determinada dose de exposição e com a criação do blogue Maria Sem Frio Nem Casa, em 2006, e o facto de muita gente nas corridas me reconhecer, e de pessoas do meu círculo de vida irem ler o que eu escrevo, acabou por me condicionar um pouco para me salvaguardar a mim própria e aos meus. No entanto, primo por manter a genuinidade no que escrevo pois ao fazê-lo estou a manter-me eu própria genuína e não sei viver de outra forma. Porque podemos sempre fingir e enganar. Mas nunca a nós próprios.



EB: Consegues contar-me um bocadinho do teu percurso no atletismo desde a mais tenra idade aos mais recentes dias em meia dúzia de linhas?

AP: Em 1976, com 7 anos de idade apenas, porque as minhas amigas lá andavam e os meus pais acharam uma excelente forma de ter e melhorar, mais que uma formação desportiva, uma boa formação como indivíduo, increveram-me numa equipa de Atletismo: Grupo Desportivo de Vialonga, onde treinava e corria: Estrada, Pista e Corta Mato. Estive aí 2 épocas e saí por questões "técnicas", mais especificamente o tratamento dos atletas pelos dirigentes do clube, de forma discriminatória e injusta e erámos crianças na altura.
Uns anos parada e assim que entro na pré-adolescência e surgem as normais preocupações dessa fase, como a imagem e a aceitação (ou não aceitação) do corpo e das suas transformações, recemeço a correr, mais para emagrecer e tentar moldar o corpo. Corro sozinha ou com o meu irmão mais velho, pelos campos, pinhais, estradas, praias e dou por mim a gostar e a perceber que para além de moldar o corpo, a Corrida molda-me a alma e contribui estrondosamente para o meu bem estar mental, tão ou mais que para o físico. Corro sem regras, sem métodos nem objectivos e com uma frequência e regularidade pouco aconselhada pois sempre houve períodos demasiados longos de inactividade, contrastando com outros de "treino" mais ou menos regular.



Chego aos 23 anos e encontro na minha vida quem veio a ser meu marido e pai da minha filha e por casualidade ou não, era ele também um adepto da prática da Corrida, praticando sensivelmente da mesma forma que eu: corria por aí.

Encontro na casa dele todos os números da Revista Spiridon (com excepção do 1º) e devoreio-os apaixonada pela Corrida. Junta com ele a Corrida ganha outro contorno. Treinávamos juntos e começámos a participar em provas populares. A 1ª foi a Mini da Ponte (25 de Abril) em 1996. Gostamos tanto que a partir daí nunca mais paramos. Nessa altura já se desenhavam objectivos específicos e o treino era também metódico e estudado para o objectivo em vista. Planos aconselhados por amigos, planos retirados da internet, a Spiridon e íamos experimentando treinos. Evoluí como nunca nessa altura e atingi os meus melhores tempos em prova e exemplos disso são por exemplo 1h04m nos 15 Km da Corrida das Fogueiras, Junho 2002, ou 1h36m na Meia Maratona do Seixal, Janeiro 2002, ou ainda, mais tarde, as 3h49m na Maratona de Lisboa em Abril 2004.

Por esses anos e nos vindouros, fiz parte de algumas equipas e corri por elas em imensas provas. Destaco os AFIS, de Ovar, de onde só saí pela distância geográfica vir a provar-me que não fazia sentido correr por eles, o Clube do Sargento da Armada, Feijó, para quem muitas taças ganhei em troféus e também o Linda a Pastora, que foi em idade adulta a minha 1ª equipa.



Depois, precisamente em 2002, com o casamento acabado, o divórcio e uma filha pequena nas mãos, os treinos obrigatoriamente abrandaram mas nunca deixei de correr nem de participar em provas. A filha foi crescendo e a "liberdade" para correr aumentando, mas os tempos "aúreos" não se vieram a repetir. Os anos avançaram e ainda corro. Cada vez menos e cada vez mais devagar. Mas não páro. "Deixar de correr é deixar de viver", dizia eu há décadas atrás e mantenho a mesma filosofia, mesmo obrigando-me a correr pois sei o bem que a Corrida me faz, quer física quer mentalmente, vencendo inércia e factores desmotivantes que tantas vezes me fazem não correr. A Corrida fará sempre parte da minha vida. Mesmo com zangas, períodos afastadas uma da outra, mas acabamos sempre por voltar, como Amor que é, tem sempre um recomeço. Todos os dias. A Corrida é Vida. A Corrida dá-me Vida! Por isso, ao sabor da vontade e sem grandes ambições, continuo a correr por aí e a participar em provas.

EB: O que preferes, a corrida de atletismo ao estilo antigo (mais carolice) ou a corrida de atletismo ao estilo moderno (mais rentabilizado)?

AP: Olha Edgar, se pudesse juntava as duas! Mas se tivesse de escolher, preferia mesmo as antigas! As Corridas ao estilo antigo (com muita carolice) têm o que falta às modernas, às grandes: calor humano! Pecam por imperfeições, às vezes graves, às vezes não.  As modernas e grandes, fruto de empreendorismo suportado por igualmente bons e grandes apoios económicos e sociais, são algumas vezes quase perfeitas, mas depois muitas vezes falta-lhe a essência da Corrida: o Homem, o calor humano, a palavra, o "toque" humano. São demasiado industrializadas para o meu gosto. E quando teriam obrigação da "perfeição" (por todas as condições que têm e pelo preço que pagamos) muitas vezes cometem erros muitos graves, que mediante toda a envergadura do evento e da organização e do preço que pagamos, não são aceitáveis. Em oposição, as antigas continuam com meios escassos na maior parte dos casos, e continuam sabe deus com que dificuldades e sacrifícios porque o que os move é o amor à camisola, neste caso o amor à Corrida. Já as grandes e modernas, se tiverem à frente homens também grandes que amem a Corrida e que não deixem que o dinheiro e a sede de sucesso abafe o amor à Corrida, então têm todas as condições para vingar. Mas muito facilmente o dinheiro se sobrepõe a todos e quaisquer valores, e muitas das corridas grandes acabam por esquecer a essência da Corrida e o que realmente importa: o atleta, a pessoa, o homem.

EB:  Consegues estimar quantos quilómetros já correste na tua vida? Desafio-te a fazeres uma estimativa...

AP: Não consigo Edgar. Simplesmente não consigo... Nem médias posso tentar fazer, visto que sempre fui e continuo a ser bastante irregular na prática da Corrida. Não deixaria de ser interessante saber quantos kms fiz a correr, mas não consigo. E sabes? Não é curiosidade que me tire o sono.

EB: Gostas do trabalho que o jornalismo faz em Portugal na cobertura do atletismo? Que dicas tens para dar?



AP: Olha...confesso que o meu amor pela Corrida tem mesmo a ver com a sua prática e não propriamente pela modalidade em si, pelo que me passa um bocado ao lado essa vertente. No entanto, até para mim, ser alienado que nunca sabe o que se está a passar no mundo quando toda a gente não fala de outra coisa, não deixa de passar despercebida a hipotética insignificância a que o Atletismo e todos os outras modalidades são remetidas pelo nosso jornalismo (?), em prol do universo Futebol, que de desporto pouco mais tem que o nome. Uma vez mais, prevalece o dinheiro, os interesses, o negócio e não a notícia em si. O jornalismo em Portugal mostra o que é suposto mostrar ou o que é permitido ou até mesmo o que é "convidado" a mostrar. Uma vez mais, o amadorismo, a tal carolice das provas em estilo antigo, em forma de sites, blogues e foruns, assim como jornais e revistas "locais", mantidos por "anónimos", cidadãos comuns que só o fazem por gosto, acaba por fazer um "trabalho" glorioso em prol do Atletismo, trabalho esse que o nosso jornalismo despreza e não faz.


Para finalizar...



Agradeço a oportunidade e acabo como comecei...se tenho queda para a escrita ou não, não sei, mas que escrever me dá muito prazer, lá isso dá, conforme se pode ver pela extensão deste texto.


Se tem curiosidade em saber o que a Ana (sob o pseudónimo de "Maria") escreve no seu blog, siga este link... (ela hoje escreveu um artigo de quem quer deixar de correr...vai deixar que ela faça isso???)





PS – E não é que a entrevistada até me enviou logo este texto de modo a eu só ter o trabalho de fazer copy-paste? Ana, agradeço-te bastante por te teres dado a conhecer com tanta qualidade de conteúdo – o jornalista agradece :)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quem é o João Lima?



Um dos principios que deixei claro para mim mesmo quando voltei aos blogs foi trazer alguns bloggers à antena, levando-os a questões, tal como se fossem um dos muitos campeões a quem já tive o prazer de fazer entrevistas. E selecionei para primeira cobaia o João Lima, pessoa que mais do que blogger tem tido um papel muito importante no campo da estatística de eventos de estrada. Meus amigos, consultar estatísticas é agradável, produzi-las pode ser penoso e porque motivo alguém se mete de forma louca a fazer estatísticas para informar uma comunidade que consome mais do que contribui para esse fim?



Perdoa-me João, se me deixares pagar com este tributo de um post e um dia destes oferecer-te ai uma participação algures num evento, então peço-te que continues esse trabalho espectacular (e eu que adoro estatística – tanto interpretá-la como produzi-la).



Quando pensei em fazer entrevistas pensei em fazer um post de outro género que não este, mas as respostas que o João nos dá a cada pergunta feita são tão completas e interessantes, que me recuso determinantemente a cortar uma palavra que seja. Aqui vai...





EB: Quando e porque te iniciaste na vida de blogger?



JL: Desde que comecei a correr, primeira prova em Março de 2006, notei que as classificações da maioria das provas iam desaparecendo dum ano para o outro. Ora, as classificações são um documento histórico precioso e comecei a guardar as que encontrava. Fui criando páginas de resultados das diversas corridas até chegar uma altura que achei que tal base de dados, chamemos assim, deveria estar ao serviço e alcance de todos. Criei então a página JoaoLima.net, estávamos em Fevereiro de 2009. Fui alimentando-a mas faltava algo. A página eram apenas números, tinha que complementar com sensações. Instigado por alguns amigos, decidi então em Fevereiro de 2010 criar um blogue cujo nome se baseou na página que já tinha, JoaoLimanet



EB: Desde quando te dedicas à estatística de atletismo? O que te motivou?



JL: O início, está dado na resposta anterior. O que me motiva é poder disponibilizar a possibilidade de qualquer atleta, em qualquer altura, ter sempre ao alcance dum clique toda a informação duma corrida que decorreu na semana anterior ou há 20 anos. É muito gratificante ver atletas, muitos nem os conheço, virem felizes agradecer o facto de terem visto os seus resultados dos últimos x anos. 


Claro que todo este trabalho tem um revés. O escasso tempo livre que disponho. Queria dedicar muito mais tempo mas exige muita pesquisa, uma constante confirmação de tudo, e encaixar isso com o tempo de trabalho, familiar, treinos, torna-se complicado. Mas quando se faz algo por gosto, tudo se arranja.


E é com muito orgulho que vejo neste momento (e isto são números em constante evolução), que estão 348 provas já publicadas e com um total de 1.564 classificações completas. Essas 348 provas originaram 3.511 edições das quais 3.201 estão apurados os vencedores (91,2%). Tenho em preparação e pesquisa cerca de 200 provas mais.


Para tal, tenho recebido muita ajuda de bons amigos que disponibilizam os seus dados, ficheiros, documentos e colecção de revistas antigas. Sem eles, não teria chegado onde já cheguei.



EB: Porque corres sempre de amarelo? Algum significado?



JL: O significado é simples. Gosto do amarelo! Desde que me conheço que sempre preferi em tudo o amarelo. Nos primeiros anos de vida, o brinquedo que mais apreciava era um urso amarelo. Nos jogos de tabuleiro, enquanto uns se guerreavam pela marca vermelha ou verde, eu queria sempre a amarela, e por aí fora. Porquê? Agrada-me a cor, apenas isso!



EB: Gostas do trabalho que o jornalismo faz em Portugal na cobertura do atletismo? Que dicas tens para dar?


JL: Sim e não. Sim, se estivermos a falar da imprensa especializada que, com grande carolice, proporciona uma informação exemplar. Não, decididamente não, se falarmos na imprensa generalista desportiva que de generalista nada tem pois está 99% focada num único desporto. É mais importante noticiar uma simples conferência de imprensa dum treinador de futebol após um treino, dizendo que quer ganhar o próximo jogo (estranho seria o desejo inverso), do que noticiar um grande feito dos nossos atletas. Nada me move contra o futebol mas sim pelo endeusamento que fazem dele, secando tudo à volta. Não me consigo esquecer que um conhecido diário desportivo no dia a seguir a Nélson Évora ter alcançado o ouro em Pequim, não ter feito qualquer referência na primeira página!  



Ficou curioso sobre João Lima (se é que já não o conhecia)? Porque não segui-lo aqui....

domingo, 16 de junho de 2013

Um novo modelo de prever resultados



Num post anterior falava da normalidade dos resultados alcançados no atletismo, não ajudando que a modalidade se transforme em notícias constantes nos meios de comunicação social generalista. Dei o exemplo interessante que a Associação Europeia de Atletismo tem colocado no Campeonato Europeu de Nações, para tentar que a mesma seja atrativa. E se há coisa que pode permitir é um jogo de apostas, mas como isto não é habitual no atletismo resta-me fazer previsões.


E fazer previsões irritou bastante Nelson Évora há dois anos e por certo terá gerado discussão um pouco por toda a Europa como se gerou aqui. Eu fui um dos que tentou fazer a previsão dos resultados finais há dois anos para a Superliga, prova que se disputou em Estocolmo. Publiquei um dia antes da competição, tendo todos os dados que precisava e lembro-me do trabalho que me deu. Infelizmente a informática pregou-me uma má surpresa e hoje não tenho a folha de cálculo que me poderia dar jeito para este ano.


Deixo-vos abaixo a previsão que fiz em 2011, com a comparação com o que aconteceu na realidade:


Superliga 2011 – previsão EB
Superliga 2011 – resultados oficiais
Rússia – 369
Rússia – 374
Alemanha – 341
Alemanha – 333.5
Ucrânia – 316
Ucrânia – 293
França – 302
Grã-Bretanha – 291
Grã-Bretanha – 299
França – 286
Polónia – 261
Polónia – 266
Itália – 254
Espanha – 247
Espanha – 229
Itália – 239
Rep. Checa – 217
Bielorrússia – 222
Bielorrússia – 212
Rep. Checa - 219
Portugal – 183
Portugal – 178.5
Suécia - 137
Suécia - 160



Notarão falhas na previsão, até porque uma previsão não deixa de ser uma previsão.  Lembro-me que a previsão acompanhava com proximidade uma que discuti com Arons de Carvalho em tempos  e também não diferia demasiado da previsão que a própria competição efetuou, ou seja, os erros foram na altura comuns: França sobrestimada, Espanha subestimada e Bielorrússia em lugar de descida de divisão. Ou seja, todos nos baseámos nos rankings e pouco mais!


Ora este ano quero tentar experimentar um modelo de previsão diferente, que não seja uma mera conta de merceeiro e que entre em linha de conta com outras coisas. E lanço já os dados para aspetos que vou utilizar no modelo de previsão:

  • Rankings do ano
  •  Marcas dos últimos anos (pelo menos dois anos)
  •  Historial no evento

Aproveito para lançar o desafio para que também vocês façam uma previsão pessoal (e claro, a ideia é partilharmos). Para os que têm mais que fazer, que parâmetros usariam para além destes para uma correta previsão? 

«Predictions are to inform the debate, they cannot produce magical results» (Michael Batty)

Foto: Filipe Oliveira