quarta-feira, 28 de agosto de 2013

José Milhazes – o especial enviado à Rússia


Na minha recente ida a Moscovo, encontrei José Milhazes, correspondente internacional da Agência Lusa e SIC, no Leste europeu, precisamente na Rússia. Ao longo das grandes competições internacionais já contactei com outros correspondentes internacionais, mas nenhum como José Milhazes…

E não, não estou aqui a avaliar competências profissionais (quem sou eu para isso?). Mas que coisa melhor que estar num país completamente estranho, tendo as análises de fundo de um residente local há dezenas de anos…

Nos diários que fiz a partir de Moscovo cheguei a referir episódios que têm o amigo Milhazes como fonte, mas hoje, mais do que um reencaminhador de histórias, quero partilhar convosco uma pequena entrevista que fiz com José Milhazes durante o Campeonato do Mundo de atletismo.
Há que referir que este jornalista é muito ativo no seu blog (http://darussia.blogspot.com) e também nas redes sociais (dizem…)


Quando começaste esta aventura nos Blogs? E porquê?
Comecei o meu blog em 2006, porque considerei que, através dele, poderia transmitir aos outros aspectos interessantes da Rússia e de outras repúblicas da antiga União Soviética. O meu princípio continua a ser: se alguém lê o meu blog, então vale a pena continuar a mantê-lo vivo.

Sei que não és especialista na área do atletismo, mas que memórias tens de atletas portugueses na Rússia?

Recordo-me da participação da atleta Fernanda Ribeiro numa prova em Moscovo e depois ter falado com ela. E agora o Campeonato do Mundo de Atletismo. Não estive nos Jogos Olímpicos de Moscovo em 1980, porque os estudantes estrangeiros foram "enviados para férias" nessa altura.

Tu que já acompanhaste alguns eventos desportivos na Rússia, como achas que foi encarado este Mundial de Atletismo pelos russos?
Considero que não houve grande interesse por parte dos espectadores. Havia pouca gente nas bancadas, mas talvez isso se deva ao bom Verão em Moscovo.

A Educação Física é na Rússia ainda pensada do ponto de vista da cultura da Educação Física (mais de regime), ou há passos na progressão para se ver o desporto enquanto uma forma individualizada de desfrutar uma parte do dia?
Da parte das autoridades, há claramente uma forte vontade de voltar a politizar o desporto, tal como aconteceu durante a "guerra fria". Um sinal disso é a sede das autoridades russas em organizar importantes competições internacionais para mostrarem que "também podemos e sabemos".

Por outro lado, há muitos russos que se dedicam ao desporto para manter a forma e a saúde.

Dos livros que já escreveste, qual foi aquele que te deu mais gozo de escrever?
Todos, embora o gozo seja diferente. Quanto mais descobertas e novidades puder revelar, melhor. Os livros são como os filhos, gosto muito de todos, mas de forma diferente.  O último "Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril", que começou a ser vendido muito recentemente em Portugal, foi talvez o mais difícil, mas estou satisfeito com os livros que escrevi sobre as relações entre Portugal e a Rússia ou sobre as relações entre a URSS e as antigas colónias portuguesas.


Sem comentários:

Enviar um comentário